sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Policiamento com Bicicletas: Ciclopatrulha



Várias polícias militares e guardas municipais brasileiras possuem bicicletas como recurso na implementação do seu serviço ostensivo. Não é uma originalidade nacional, já que outros países possuem o policiamento ciclístico em suas corporações policiais, muitos deles de modo mais amplo e com uma adesão mais intensa. Na Holanda, por exemplo, não é difícil observar a priorização das bicicletas pela polícia, já que no país há duas vezes mais bicicletas do que carros.


O policiamento ciclístico tem vantagens e desvantagens em relação ao policiamento motorizado e ao policiamento a pé. Se estamos falando de policiamento de proximidade, no qual o contato do policial com os demais cidadãos torna-se central, a bicicleta é um meio de transporte interessantíssimo para a materialização deste objetivo. O cidadão se sentirá menos constrangido em interpelar um policial em bicicleta do que numa viatura quatro rodas. 


Naturalmente, a bicicleta é um transporte para uso em curto espaço geográfico: mais um ponto para o policiamento comunitário de proximidade, já que impede que o policial se desvincule de determinada área, o seio comunitário que lhe foi designado para proteger e interagir com os cidadãos. Além do mais, a bicicleta é um transporte saudável ao meio ambiente e ao próprio policial. É ilusão achar que as bicicletas substituirão as viaturas motorizadas, principalmente no Brasil, onde muitos crimes são cometidos utilizando motos e carros potentes (geralmente roubados exclusivamente para este fim). Em locais onde a barricada do crime torna vulnerável qualquer presença policial, ainda não se pode abrir mão de viaturas motorizadas com significativa mobilidade. Imaginar as grandes metrópoles brasileiras (como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador) sem carros e motocicletas policiais, seria imaginar o caos estabelecido. Por isso, o policiamento ciclístico é indicado para locais onde se pretende prevenir pequenos delitos, como furtos, roubos e o tráfico de drogas descentralizado dos campos minados dominados por quadrilhas armadas. Praças, orlas marítimas, pequenas comunidades e centros comerciais são exemplos de locais adequados para o emprego de policiais em bicicletas. Bom lembrar que não se deixa de ser policial por estar numa bicicleta, sendo necessário sempre acatar as normas de segurança e os princípios técnicos necessários para o desempenho do serviço.
Da mesma forma, apenas a bicicleta não fará o policial mais tolerante ao contato com o cidadão. Trata-se de um meio de aproximação, uma alternativa à escassez de relacionamento entre policial e comunidade estabelecida pela viatura motorizada. Policiamento em bicicletas, sim, mas com treinamento e consciência comunitária dos policiais.

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