terça-feira, 23 de agosto de 2016

Em defesa do Policiamento Ciclístico

Policiais ciclistas australianos. Foto: Stan Dalone 

Tradicionalmente, as polícias ostensivas brasileiras não possuem unidade ciclística formalmente estabelecida  uma companhia ou batalhão ciclístico, por exemplo. Diferentemente do policiamento montado, que possui unidades especializadas em provavelmente todas as polícias militares brasileiras, o policiamento ciclístico não guarda qualquer relação com a estrutura operacional do Exército Brasileiro, instituição da qual as PMs são forças auxiliares e ainda possuem muitas semelhanças estruturais (a designação “P1”, “P2”, “P3” etc é uma adaptação do “S1”, “S2” e “S3” do Exército, por exemplo). Nos dias de hoje, entretanto, passou do tempo das polícias brasileiras atentarem para a criação de unidades de policiamento ciclístico, com estrutura organizacional, pessoal especializado e doutrina própria.
Antes de falar de algumas vantagens do policiamento ciclístico, é bom frisar que nenhum vetor de policiamento se basta. A viatura “quatro rodas” possui sérias desvantagens em relação às motocicletas, por exemplo, que já não alcançam as características de uma aeronave, ao tempo que essa não consegue potencializar certos elementos conseguidos com o policiamento a pé. Desse modo, o que aqui discutimos é sobre um potencial muito pouco aproveitado pelas polícias brasileiras, que geralmente privilegiam as viaturas motorizadas. Entendam um pouco mais esse potencial:

Capacidade de permanência e agilidade moderada

O policiamento ciclístico é ideal para o patrulhamento de áreas de média extensão (raio de 2 a até 5 quilômetros). Para atender um chamado a dois quilômetros de distância, policiais em bicicletas chegam em menos de 10 minutos, um tempo razoavelmente adequado se considerarmos a realidade do trânsito em grandes cidades. Mas independentemente do tempo resposta, as bicicletas possuem como grande vantagem seu potencial de permanência intensa em áreas específicas: um policial não poderá ir muito longe pedalando, e, por isso, a tendência é que lhe sejam designadas áreas com extensão reduzida. Até mesmo a fiscalização e supervisão do policiamento fica facilitada, nesse caso.

 

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