quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Veja 8 dicas para evitar roubos e furtos de bicicletas


Pedalar sempre em grupo. Essa é uma das principais dicas que especialistas dão para que ciclistas evitem ser furtados ou roubados. Com o número de casos de furto e roubo de bicicletas crescendo em todas as cidades no Brasil, algumas medidas preventivas são necessárias para a proteção de quem usa a bicicleta para o lazer, para o trabalho ou para se exercitar.
A partir dos dados obtidos pelo "Fiquem Sabendo", o UOL consultou especialistas em segurança pública e cicloativistas sobre como quem pedala pelas ruas pode se precaver. Eles listaram oitos dicas:

1 – Evitar trafegar sozinho

Para o especialista em segurança pública e coordenador do Cepedes (Centro de Pesquisa em Direito e Segurança) Fabrício Rebelo, é interessante buscas a companhia de outros ciclistas. "E que eles mantenham distância entre si "para evitar que uma abordagem possa render todos juntos". 

2 – Orientar os integrantes de um mesmo grupo

Assim, é possível "acionar o policiamento assim que vir algum ataque", segundo Rebelo. Para Fabio Petrillo, da loja Bike Runners e do grupo paulistano Tatu de Bike, pedalar em grupo também ajuda a inibir a possibilidade de roubos.

3 – Não comprar peças sem procedência

O "mercado de crimes" é alimentado por produtos provenientes de roubo, salienta o especialista em segurança Bene Barbosa. Rebelo complementa: "a facilidade de repasse no mercado ilegal potencializa o interesse dos criminosos sobre quem as utiliza".
Aviso em árvore na avenida Sumaré, em São Paulo, alerta para risco de crimes no local

4 – Não trafegar por vias com baixa iluminação, locais ermos

"Se possível, prefira trajetos com maior policiamento", sugere Fabrício Rebelo, do Cepedes. "E, quando sozinho, procure locais bem iluminados", acrescenta Petrillo.

5 – Planejar o trajeto

Uma das maneiras de evitar surpresas durante sua pedalada é saber a segurança do trajeto que irá fazer, sugere a cicloativista Talita Noguchi, do Las Magrelas. Planejar o trajeto também é importante para evitar "algumas rotas em que se sabe que há perigo", comenta Petrillo.

6 – Prestar atenção

O especialista em segurança Fabrício Rebelo pede que se evite passar perto de pessoas com atitude suspeita e se tenha atenção ao circular "junto a árvores e barracas ou outros obstáculos atrás dos quais possa haver alguém escondido". "Na dúvida, desconfie e redobre sempre a atenção".

7 – Usar travas de qualidade

Ao estacionar sua bicicleta, garanta que ela esteja bem presa. "Está se tornando comum arrombar cadeados", comenta Talita. Ela sugere o uso de travas em U-lock. Além disso, é interessante evitar deixar a bicicleta estacionada em locais longe de sua visão por horas, sugere Petrillo, do Tatu de Bike.

8 – Comunicar as autoridades de segurança

É importante fazer o boletim de ocorrência, aponta o especialista em segurança Bene Barbosa. "Assim, há o registro na Secretaria de Segurança Pública". Isso também permite que o caso passe a integrar as estatísticas que formam as chamadas "manchas criminais", observa Rebelo. "Elas servem de balizamento para a definição das rondas de patrulhamento".

Episódio

Petrillo já esteve frente a frente com um integrante de uma quadrilha que roubava bicicletas. "Um homem chegou aqui na loja querendo vender uma bicicleta. Ela valia cerca de R$ 50 mil, mas disse que pagaria R$ 10 mil. Ele quis fechar por R$ 12 mil".
Um capitão da polícia foi avisado e um flagrante, armado. O homem e o grupo ao qual pertenciam foram presos. "E, com os dados da bicicleta, conseguimos devolvê-la ao dono", relembra.
Para aumentar a tranquilidade do ciclista que teve sua bicicleta roubada, Petrillo sugere que, no caso das mais caras, seja feito um seguro. "Para uma bicicleta de R$ 3 mil, o seguro sai por cerca de R$ 300 por ano".
No caso das mais baratas, há a possibilidade de se usar no veículo um selo de segurança, que contém código de barras. "Assim, caso encontrem a bicicleta, é possível identificar o dono. Um aplicativo o aviso de que ela foi encontrada".


Responsabilidade do Estado

Daniel Guth, diretor-geral da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo), preferiu não dar dicas. Ele argumentou dizendo que a responsabilidade por segurança não deve ser do ciclista, mas do poder público. "Se focarmos no que o ciclista deveria fazer [para ter segurança], nós estaremos subvertendo a ordem". A organização está em contato com a SSP (Secretaria de Segurança Pública) paulista para uma conversa a respeito de políticas públicas para melhorias na segurança.
Os números apresentados pela SSP, segundo Guth, também estariam subestimados. "Alguém que tem uma bicicleta de R$ 80 roubada tem a mesma motivação para fazer um boletim de ocorrência que uma pessoa que tem uma de R$ 5 mil?", questiona o ativista.
Na opinião de Talita Noguchi, do Las Magrelas, é importante saber o porquê dessa criminalidade. "O que o governo, o Estado está fazendo que leva a essa situação? Se o poder público não tomar uma atitude, isso não tem como ser parado", diz a cicloativista. "Temos uma realidade de sociedade fragilizada, para a qual a autoproteção não faz parte do cotidiano, e o policiamento é insuficiente para prover a segurança integral do cidadão", analisa o especialista em segurança Fabrício Rebelo.
Guth foca na melhoria da segurança pública para que casos de roubo de bicicletas diminuam. "A cidade precisa mudar, as políticas públicas precisam mudar. Temos que perseguir uma sociedade que inclua as pessoas".

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