PMs com bicicleta despertam curiosidade

Policiais circulam no no Bosque Central, no Calçadão e nas vias do entorno; garantia de mais segurança à comunidade

Após o período de Natal, as bicicletas devem começar a ser vistas também em áreas de lazer, como Igapó e Zerão.

Iniciado há duas semanas, o projeto de policiamento com bicicletas, da Polícia Militar de Londrina, tem chamado a atenção da população, que vê com bons olhos o aumento do efetivo nas ruas da região central no fim do ano, época em que a maior circulação de dinheiro no comércio costuma atrair os criminosos. Para os cidadãos, só a presença da polícia nas ruas já funciona para inibir a violência, mas o meio de transporte utilizado pela nova equipe de patrulhamento ainda causa certa desconfiança em relação a sua efetividade. 

O agrônomo Ademar Gonzalez está assustado com os índices de violência na cidade e considera que o patrulhamento com bicicletas, se funcionar na prática como afirma a teoria, será ótimo. "Mas vamos ver se essa medida vai ser eficiente. Eu tenho minhas dúvidas porque nem de carro a polícia está dando conta de conter a criminalidade", afirmou. 

"Eu achei a ideia ótima. Vi pela primeira vez no Terminal Urbano. Tudo o que diz respeito a ajudar na segurança vale a pena e acho que a bicicleta pode tornar mais fácil o policiamento", disse a doceira Erondina Rodrigues. "Ter mais policial é sempre bom, mas tem uma lei que proíbe o trânsito de bicicletas no Calçadão. Eles já começam descumprindo a lei. No Calçadão o ciclista só pode andar empurrando a bicicleta", ressaltou o marceneiro Gilberto Aparecido Gomes. "Acho que essa patrulha com bicicleta é bem útil e viável na Rua Sergipe, onde o movimento é bem maior do que aqui no Calçadão", acrescentou ele. 

Comandante da 2ª Companhia Independente de Polícia Militar de Londrina e coordenador do projeto de policiamento com bicicletas, o capitão Marcos Tordoro ainda não tem um balanço dos primeiros dias de funcionamento do novo patrulhamento, mas destacou que duas prisões já aconteceram como resultado de abordagens realizadas pelos policiais ciclistas, uma no Bosque Central e outra em uma rua próxima ao Calçadão. "Em abordagens de rotina, foram identificadas duas pessoas que eram foragidas da Justiça", disse Tordoro, que salienta as vantagens do patrulhamento ciclístico. Segundo o coordenador, além de silenciosas, as bicicletas permitem maior mobilidade, já que conseguem transitar em locais onde o acesso de motocicletas e carros é mais difícil. 

As bicicletas da PM circulam entre 13 e 23 horas, no Bosque Central, no Calçadão e nas vias do entorno, como as ruas Sergipe e Pio XII e a Avenida Benjamin Constant. Os locais e os horários foram definidos para garantir a segurança de lojistas, trabalhadores e consumidores durante o horário estendido do comércio. Após o período de Natal, as bicicletas devem começar a circular também no Lago Igapó 1 e 2 e no Zerão. "É um projeto pioneiro no Estado. No Paraná as bicicletas já eram usadas pela Polícia Militar no Litoral, mas só durante o verão. Aqui em Londrina vai funcionar o ano todo. O projeto foi concebido nos mesmos moldes dos Estados Unidos e de países da Europa", declarou Tordoro. 

O coordenador frisou, no entanto, que as bicicletas não substituem nenhuma outra modalidade de policiamento e funcionam apenas como um complemento às outras formas de patrulhamento existentes no município. 

PARCERIA 

As dez bicicletas e os equipamentos de segurança foram doados à PM pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), que investiu cerca de R$ 30 mil no projeto, que também teve a colaboração do Sinduscon e Sindimetal. "Até agora tivemos um retorno extremamente positivo dos comerciantes do centro, mas precisamos de um período maior para fazer uma avaliação mais aprofundado da iniciativa", disse o presidente da Acil, Cláudio Tedeschi, que não descarta a ampliação da parceria para reforçar a segurança em outras regiões da cidade, como a Avenida Saul Elkind (zona norte). 

Além do patrulhamento de bicicletas, a Acil estuda ainda a viabilidade de fazer uma parceria com a PM e o município para implantar sistema de monitoramento por câmeras na cidade. "Estamos conversando com as forças policiais e o governo do Estado e esperamos uma definição da nova gestão da Guarda Municipal e da Sercomtel para prosseguirmos com o projeto. São oito entidades empresariais envolvidas", explicou Tedeschi.