quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Em defesa do Policiamento de bicicleta da Guarda Municipal de Curitiba 

Policiais ciclistas australianos. Foto: Stan Dalone

Tradicionalmente, as polícias ostensivas brasileiras não possuem unidade de policiamento ciclística formalmente estabelecida uma companhia ou batalhão ciclístico, por exemplo talvez por isso os bons projetos de implantação não durem muito em varias instituições. Diferentemente do policiamento montado, que possui unidades especializadas em provavelmente todas as polícias militares brasileiras, o policiamento ciclístico não guarda qualquer relação com a estrutura operacional do Exército Brasileiro, instituição da qual as GMs são forças auxiliares e ainda possuem muitas semelhanças estruturais sendo apenas uma adaptação. Nos dias de hoje, entretanto, passou do tempo das polícias brasileiras atentarem para a criação de unidades de policiamento ciclístico ao que já venho defendendo para a Guarda Municipal de Curitiba já algum tempo desde sua criação em 2005, com estrutura organizacional, pessoal especializado e doutrina própria. 

Antes de falar de algumas vantagens do policiamento ciclístico da Guarda Municipal de Curitiba, é bom frisar que nenhum vetor de policiamento se basta. A viatura “quatro rodas” possui sérias desvantagens em relação às motocicletas, por exemplo, que já não alcançam as características de uma aeronave, ao tempo que essa não consegue potencializar certos elementos conseguidos com o policiamento a pé. Desse modo, o que aqui discutimos e quero salientar sobre um potencial muito pouco aproveitado pelas polícias brasileiras, que geralmente privilegiam as viaturas motorizadas. Entendam um pouco mais esse potencial:

Capacidade de permanência e agilidade moderada


O policiamento ciclístico da Guarda municipal de Curitiba, é ideal para o patrulhamento de áreas de média extensão (raio de 2 a até 5 quilômetros). Para atender um chamado a dois quilômetros de distância, policiais em bicicletas chegam em menos de 10 minutos, um tempo razoavelmente adequado se considerarmos a realidade do trânsito em grandes cidades. Mas independentemente do tempo de resposta, as bicicletas possuem como grande vantagem seu potencial de permanência intensa em áreas específicas: um policial não poderá ir muito longe pedalando, e, por isso, a tendência é que lhe sejam designadas áreas com extensão reduzida. Até mesmo a fiscalização e supervisão do policiamento fica facilitada, nesse caso.


Proximidade com a população

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Por essa capacidade de permanência, a tendência é que policiais em bicicletas interagem mais com a população temos percebido isso com a Guarda Municipal de Curitiba, que tem muito mais facilidade de reconhecer o policial que faz policiamento naquela região, bem como poderá solicitá-lo com muito mais facilidade do que em uma viatura motorizada. Em unidades policiais que se interessem por aproximação e relacionamento profícuo entre a comunidade e o policial, bicicletas são muito vantajosas.



Privilégio à saúde do policial

Policiais que trabalham com policiamento ciclístico têm a oportunidade de realizar uma atividade saudável durante o serviço, já que a prática ciclística pode queimar mais calorias até mesmo do que a corrida e a natação. Uma boa oportunidade para o policial com sobrepeso.


Veículo “limpo”


Atualmente existe toda uma militância em torno do ciclismo, por se tratar de um meio de transporte relativamente ágil e não agressor do meio ambiente. Diferentemente dos veículos motorizados, a bicicleta não emite gases prejudiciais à atmosfera. Uma grande oportunidade para que as polícias assumam seus compromissos com meios de transporte sustentáveis.

Ostensivamente significativo


O policiamento a pé tem sua capacidade ostensiva bastante restrita no período noturno, além de sua limitação de mobilidade. Ambas restrições são superadas pelo policiamento ciclístico, que utiliza-se de luzes de alerta e é capaz de se movimentar com relativa flexibilidade. O policiamento ciclístico dificilmente não é percebido quando está sendo executado.


Essas são algumas das grandes vantagens desse vetor de policiamento para a Guarda Municipal de Curitiba e que deve ter em suas fileiras uma atenção de valorização e ampliação, hoje presente em algumas polícias, embora geralmente não “institucionalizadas”, como dissemos na forma de uma unidade especializada na modalidade. Com a presença de toda essa militância em favor de meios de transporte alternativos, tornar a bicicleta um dos veículos-padrão das polícias ostensivas brasileiras será uma grande oportunidade de ganhar eficiência, contribuir com a preservação do meio ambiente, com a melhoria da saúde dos policiais e se comunicar com a sociedade. Nada que já não seja feito em outros países  com muito sucesso.





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